sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

DIVAS DA MÚSICA OU DA PLÁSTICA?

A passagem da super linda Byoncé pelo Rio me chamou atenção e me fez pensar sobre as novas Divas da música pop. Eu que acompanho a carreira de algumas delas, me sinto capaz de ter uma visão crítica, sem querer tirar o brilho e o esforço das moças, fazendo apenas uma reflexão sobre o mercado da música e a manipulação da imagem da mulher moderna.


A toda-poderosa de não sei quantos Grammys, filmes e muita grana no bolso começou sua carreira como integrante de uma banda de meninas, a "Destiny's Child", se lembram? E Byoncé já se destacava não só pela voz macia e rouca, super afinada mas também, pelo trasei... digamos rebolado. Shakira, outra cantora-sensação também começou tímida, na Colômbia, de cabelões pretos e pele muto branca, e uma voz de arrebatar. Mas depois... Bem, a voz continua a mesma, mas os cabelos pretos e a menina ingênua, isso é passado. Onde quero chegar? Já repararam no que as musas da música têm que se sujeitar para chegar ao topo da mídia e do "sucesso"?


O figurino é sempre provocante, beirando ao vulgar (reparem no look de Byoncé nos shows e clipes). E a dança mais ainda, uma mistura de funk poposuda, com boquinha da garrafa, somada a caras e bocas de quem está tendo orgasmos constantes. A ideia clara é seduzir, vender música hipnotizando olhares de homens sonhadores e mulheres iludidas, que tentam se espelhar. Isso não é um discurso moralista, mas um olhar sobre algo que se tornou comum hoje em dia, a sexualização da mulher. Hoje só se alcança os ouvidos das massas se a cantora for gostosa.


Por exemplo, a cantora Sade - que eu amo, e tem uma voz inigualável, mas é discreta e sensual à sua maneira - não arrasta milhares ao Maracanã como Madonna, campeã em tirar a roupa. Entendem? Colocando no nivel das mortais, essa imagem da mulher "bem-sucedida" - uma aliança do poder sexual, com o econômico e social - está deixando as meninas cada vez mais masculinas. Não ao se vestir, mas ao falar, andar, se comportar e até na maneira de transar. Estão quase todas - principalmente as mais jovens - falando como homens: que "pegam" tantos, que fazem e acontecem na cama, deixando até os marmanjos constrangidos. Também bebem como homens e saem pregando que preferem os bad boys. No final, ao contrário das Divas que alcançaram um nível de riqueza material fazendo cena de "pegadoras", as meninas super-poderosas do cotidiano, ficam sozinhas.

Sei que são coisas da indústria, do mercado competitivo, mas também tem a ver com a personalidade e o caminho que cada pessoa escolhe. Eu acho difícil ver Marisa Monte se sexualizar para vender discos. Já outras seguem esse caminho e perdem a identidade, se deixando levar pela cabeça dos empresários, como Mariah Carey, Britney Spears e tantas outras.

Então, nós mulheres que assim como as musas pop, também queremos ser bem-sucedidas em nossas carreiras, na vida amorosa e na sociedade, vamos ter que mostrar o corpo ou a nossa verdadeira personalidade? Penso que se todas decidirem pela imagem das estrelas, vamos ter um futuro confuso, de pessoas perdidas e infelizes em busca de riqueza. Mas se optarmos pela liberdade de mostrar nossa feminilidade de forma mais natural e singular, acho que nós poderemos liderar o mundo.


Cuidem-se! Beijos.






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