quarta-feira, 9 de março de 2011

A dor e a delícia de ser... Homem.

Oito de março, Dia Internacional da Mulher. Esse ano, terça-feira de carnaval, passou batido, mas fico me perguntando se ainda temos o que bater nas questões feministas, já que a revolução já tomou o seu rumo e não há mais dúvidas sobre o valor da mulher na sociedade. Alguém ainda questiona a competência delas no poder?  Dilma Rousseff, Hilary Clinton, Martha Rocha - a chefona da polícia civil - e tantas outras cabeças femininas na liderança não nos deixam a menor sombra de desconfiança sobre a capacidade de luta e inteligência da mulher.

Mas, o x da questão agora, me parece, é o papel do homem hoje e que tipo de companheiro essa mulher poderosa deseja... A primeira questão é muito ampla e já se discute muito por aí. Eu, particularmente, acho que não mudou muito, o que alterou foi o peso das responsabilidades - agora dividido entre homens e mulheres nas relações. Homem continua tendo que pagar contas, dar exemplo e limite aos filhos, ser responsável por seus atos e cuidar de sua mulher, no sentido mais emocional e também físico, quando a integridade dela é ameaçada. Também acho que eles têm mesmo que pagar a conta do restaurante e do motel, quando tem condições para isso. Não que seja nada demais elas dividirem, mas o ato de cavalheirismo é genuíno e a generosidade sempre será retribuída, aquecendo a chama da sedução. Acho que isso não vai mudar nunca.

A questão mais importante para as mulheres nos dias de hoje penso que seja no que diz respeito às atitudes masculinas que ainda queremos preservar, mesmo em tempos de igualdades de gêneros. Vejo muitas mulheres assumindo as rédeas da conquista, deixando clara a vontade de seduzir sem limites e adotando uma postura altamente masculina nas questões sexuais. E fico um pouco assustada, porque me parece que isso coloca o feminino em um nível inferior, como se a inversão do papel deixasse a mulher ainda mais poderosa, ao custo da sua verdadeira força natural, que é o ser feminino. Por exemplo: mulheres que usam um linguajar muito masculino, bradando palavrões em rodas de chope e analisando futebol, podem até garantir o homem da noite, mas acho difícil conquistarem o ser humano, porque a natureza deste homem vai sempre buscar o desconhecido, o diferente que fascina. A não ser que este ser esteja tão afastado das referências femininas, ou que acabe aceitando essa postura masculina da mulher como forma de afastamento desta energia, por algum motivo mais profundo, uma raiva contida, uma questão com a mãe. Mas vamos deixar Freud fora desta, o babado é complexo mesmo...

Acredito que, neste momento, os homens estão bastante confusos sobre esta nova mulher. E assustados também, afinal, foram séculos de patriarcado e ele ainda permanece, mesmo com uma tendência a se alterar gradualmente. Mas o que acho válido refletir é: será que não seria melhor e mais produtivo acolher as diferenças ao invés de se igualar, tentar integrar as energias yin e yang? Por exemplo: ao invés de ser muito direta na sedução, as mulheres poderiam usar a inteligência e a sensibilidade para facilitar a aproximação, com olhares, sorrisos e uma boa dose de charme e mistério para que eles tenham a curiosidades de procurá-las num segundo encontro. E os homens poderiam ser mais sinceros ao seduzir, aproveitando a situação mas evitando a desilusão amorosa, aquela sensação de que não querem compromisso, só porque curtiram uma noite e não querem dar continuação, o que não tem nada demais. Homens e mulheres não precisam ser escravos dos instintos, mas penso que poderiam usá-los de maneira mais responsável e sensível, cuidando para não ferir ou diminuir o outro. Afinal, se direitos e deveres são os mesmos, porque não aproveitar isso com verdade e intensidade?

Homens e mulheres nunca serão exatamente iguais, mas no dia em que formos seres totais - masculino e feminino integrado e curado dentro de cada um de nós - as relações certamente ficarão mais proveitosas e essa guerrinha dos sexo chata e cansativa vai finalmente acabar. A tensão dos hormônios, jamais!!! Se não perde a graça...