domingo, 24 de março de 2013

Conexões do Universo


Em tempos de redes sociais, internet acessível em todo canto, a informação se popularizou e ganhou uma dimensão absurdamente grande. E por informação, eu quero dizer, os dados, as estatísticas, previsões meteorológicas, estudos científicos e por aí vai... Todos nós nos viciamos nessas verdade constituídas pelo pensamento coletivo e, com isso, deixamos de prestar atenção nas informações internas, nas sensações, nas percepções e intuições que tanto nos guiam pela vida a fora.

Tão importante quanto ouvir ao noticiário, e as notícias do conclave do Papa ou a vitória do time do coração, ou ainda da cassação do mandato de um político corrupto (amém, assim seja) é ouvir a nossa voz interna. Aquela que diz assim: "acho que hoje não deveria sair de casa", ou ainda "acho que deveria dar uma chance para esta nova amizade" ou ainda, "essa parceria pode me trazer problemas"... Antigamente, a gente ouvia e muito as nossas avós e mães fazerem previsões, todas baseadas na intuição, e a gente seguia, por respeito aos mais velhos. "Menina, leva um casaquinho porque o tempo vai mudar..." Os mais rebeldes protestavam e se davam mal. Mas, no geral, os conselhos vindos de pessoas sábias eram muito valorizados.

Crescemos e, muitas vezes não contamos mais com essas pessoas especiais perto de nós. E agora, o que fazer? Em quem confiar? Olha, pouquíssimas vezes os meteorologistas acertaram cem por cento a previsão do tempo. E raríssimas vezes, vamos usar a medicina ou a matemática e até mesmos nos preceitos religiosos para saber qual a melhor decisão, qual caminho devemos escolher, com que amigos podemos contar... Para isso, contamos apenas com a nossa consciência. Mas, ela anda muito nublada pelos pensamentos racionais, pelas cobranças e padrões da sociedade.

Perdemos a nossa percepção de indivíduos únicos e vivemos correndo atrás de sonhos e expectativas que nos fazem iguais a todos. Isso gera muito sofrimento, que vem sendo refletido em doenças modernas, como depressão, síndrome do pânico e outros transtornos emocionais tão comuns nos dias de hoje. A busca pela felicidade externamente a nós seria a maior causa dessa desconexão, e a nossa sabedoria interna, o nosso terceiro olho, a nossa sensibilidade estão sendo afetados pela mente que insiste em nos fazer correr atrás de sucesso, estabilidade e o amor idealizado. Tudo isso gera a perda de energia e o distanciamento da nossa verdadeira felicidade. Quem pode saber o que te faz feliz é você mesmo, ninguém pode definir isso por nós...

As religiões vêm se dedicando a tentar alterar esse estado de coisas, mas ela também tende a cair na ditadura da mente, e o faz por via do convencimento e não da vontade genuína e singular de serem felizes. Mas, felicidade é um estado inerente a todos os seres. Alguém já viu um sapo triste? Ou uma flor chorosa? Tudo bem, eles não vieram dotados de sentimentos, mas mesmo assim podemos pegá-los como exemplo, porque todos somos parte da mesma natureza. O motivo pelo qual nos entristecemos com frequência é a falta de conexão com a nossa própria essência, o nosso valor mais vital e saudável, a nossa razão individual de existirmos. E, para deixar esse estado in natura é preciso acalmar a mente, domesticá-la como um cão selvagem. Dizer para ela, todos os dias: "você não me domina". E deixar, lentamente, que o coração ganhe o seu lugar de direito. A mente serve para lidarmos com fatos e decisões práticas, e o coração serve para nos direcionar o caminho. Colocando tudo no lugar devido, não vamos boicotar a felicidade que já existe latente no nosso interior. O resto são só regras que desenvolvemos para tentar viver em sociedade. Não é crucial e podem ser quebradas.

A melhor forma de nos mantermos saudáveis é nos afastando do turbilhão dos pensamentos destrutivos e dar uma chance ao terceiro olho - aquele que abre um canal direto do universo e com o coração. E assim, não vamos errar tanto. Tudo o que o universo nos oferece é bom, basta saber para que serve cada evento, cada pessoa, cada estado de espírito. Alguns, o coração deixa ficar, outros servem apenas para nos despedir e seguir adiante com mais experiência. Meditação e autoconhecimento são a chave... E boa viagem!

Opte por aquilo que faz o seu coração vibrar...
Apesar de todas as consequências.
Osho

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