domingo, 20 de fevereiro de 2011

Síndrome de Peter Pan

Peter Pan é um personagem bonitinho, querido por todos, não há quem o deteste ou o ache ultrapassado. Ele nos remonta à ideia de que a infância é a fase mais lúdica e rica da vida. Mas, será que é isso mesmo? Vejo hoje em dia crianças sofrendo bullyng, tendo que enfrentar críticas em tempos de you tube e se virando nos 30 para que seus pais - seres confusos - entendam que elas podem ter sim seu espaço e talento reconhecidos, mas que ainda precisam de orientação e proteção, porque ainda não são adultos.

Ouvindo e mesmo vivendo histórias de adultos nos tempos modernos vejo também os que resistem a crescer, agindo de forma infantil e despreparada. Tempos difíceis os que vivemos, mas vamos tentar entender... Eu me lembro com muito carinho da infância, não havia cobranças da sociedade e, como venho de uma família razoavelmente grande (tenho duas irmãs), me lembro da casa cheia de amigos, dos paqueras, os telefones tocando, muito entra e sai e, uma sensação de aconchego que dá saudades. Mas também me lembro das broncas do meu pai, das discussões com minha mãe e das diferenças com minhas irmãs e isso não é nada legal. Então, hoje com quase 35 anos vejo muitas pessoas da mesma faixa etária custando a acreditar que cresceram.

São ações impensadas, frases ditas sem nenhuma reflexão ou preocupação com o outro, atitudes de adolescente sem causa e uma dificuldade enorme de enfrentar os revezes da vida. Não estou me colocando fora da berlinda, sempre faço a reflexão do quanto estou sendo madura e o quanto de mim ainda está a fim de ficar na adolescência. Mas o fato é que não dá pra negar e passar batido nessas questões.

Então, cheguei a algumas conclusões que funcionam pelo menos para mim. Decidi viver mesmo a vida adulta das responsabilidades, contas a pagar, escolhas a fazer e caminhos a seguir. Mas sem deixar a minha criança de lado. Eu a ressuscito ao fazer algum trabalho artístico como costurar, pintar, desenhar ou construir castelos de argila, danço Lady Gaga,e imito Byeoncè fazendo a faxina de casa. E brinco o carnaval sempre com alguma fantasia ou adereço colorido. E durante a paquera, o flerte, não tem nada demais fazer charminho de Penélope... Mas, quando chega segunda-feira, lembro de me concentrar no presente, como dona do meu destino, e executar as tarefas direitinho para que a minha alma se reconheça como uma pessoa divertida, leve mas sábia também, porque os limites e decisões fazem parte da vida adulta.

Beijos!

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